MP pede quebra do sigilo bancário de motorista do Porsche para saber se ele comprou bebidas antes de acidente com morte

  • 24/04/2024
(Foto: Reprodução)
Promotoria quer saber quem pagou conta em bares em SP. Casal de amigos disse à polícia que Fernando Filho tomou bebidas alcoólicas antes de bater carro de luxo em veículo e causar a morte de Ornaldo Viana. Ele nega ter bebido. Porsche estava a mais de 100 km/h, diz perícia. O empresário Fernando Sastre, que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, durante acidente de trânsito na Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste de SP. Montagem/g1/Reprodução O Ministério Público (MP) pediu nesta semana à Justiça a quebra do sigilo bancário do motorista do Porsche para saber se ele comprou bebidas alcoólicas em bares antes de provocar um acidente que deixou um morto e outro ferido em 31 de março na Zona Leste de São Paulo. A Justiça ainda não havia dado uma decisão a respeito do pedido até a última atualização desta reportagem. Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp A solicitação foi feita pela promotora Monique Ratton. Segundo a assessoria de imprensa do MP, ela considerou a medida uma "diligência imprescindível" para saber quem pagou pelo consumo de bebidas no restaurante Porcheteria e na casa de jogos Encore Poker Clube. Um casal de amigos do motorista do Porsche contou à Polícia Civil que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, havia bebido, em ao menos um desses dois estabelecimentos no Tatuapé, antes de pegar o carro esportivo de luxo e acelerar até bater na traseira do Sandero. Nesse outro veículo estava o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, que morreu no hospital após a colisão. Ele tinha 52 anos. O amigo de Fernando, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, de 24, estava no banco do passageiro do Porsche, ficou gravemente ferido, foi operado e depois teve alta hospitalar. Ele e sua namorada confirmaram que saíram com o empresário e a namorada deste e que todos tinham bebido antes do acidente. Além disso, a comanda de um dos bares em que os quatro estiveram mostra que o grupo consumiu bebidas alcoólicas horas antes da batida. Somente Fernando e Marcus estavam no Porsche. O empresário teria se ferido na boca, mas não passou por atendimento médico. Acidente a mais de 100 km/h Carro de luxo chegou a mais de 150 km/h antes de bater do carro de aplicativo em São Paulo O acidente entre o Porsche e o Sandero ocorreu durante a madrugada na Avenida Salim Farah Maluf e foi gravado por câmeras de segurança (veja vídeo abaixo). Segundo testemunhas ouvidas pela investigação, Fernando apresentava sinais de embriaguez. Laudo a perícia da Polícia Técnico-Científica mostrou que o Porsche trafegava a 156,4 km/h antes do acidente. E que o carro esportivo estava a 114,8 km/h no momento da batida. O Sandero transitou entre 40 km/h e 38,3 km/h. O limite máximo para a via é de 50 km/h; e o mínimo de 20 km/h. Logo após a batida, a Polícia Militar (PM) foi atender a ocorrência, mas liberou Fernando sem fazer o teste do bafômetro nele. De acordo com os policiais militares, a mãe do empresário havia dito a eles que levaria o filho para um hospital, o que não ocorreu. O bafômetro poderia confirmar se o motorista do Porsche havia bebido. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam o acidente comprovaram que eles erraram por não terem feito o teste em Fernando. As imagens dos agentes da Polícia Militar foram entregues no 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé, sem que as filmagens fossem divulgadas pela pasta à imprensa. A Corregedoria da PM apura a conduta dos agentes, que poderão ser punidos. Empresário nega ter bebido Amigo diz que motorista bebeu antes do acidente Fernando se apresentou na delegacia quase dois dias depois do acidente. A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pela batida que matou o motorista de aplicativo O empresário e a sua namorada negaram que o empresário tenha bebido. O motorista do Porsche alegou que estava "um pouco acima do limite" de velocidade para a via, mas "não muito acima", sem saber precisar quanto. E, segundo Fernando, quando notou, o motorista do Sandero pisou no freio, reduzindo a velocidade, e ele não conseguiu desviar do veículo. Em outras ocasiões, seus advogados haviam dito à imprensa que o acidente foi uma "fatalidade". O motorista do Porsche foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar Ornaldo), lesão corporal (ferir Marcus) e fuga do local do acidente (para não fazer o teste do bafômetro). Ele também negou ter fugido. O inquérito do caso do Porsche ainda não foi concluído. Durante a investigação, o delegado Nelson Alves, que apurava os crimes acima, foi substituído pelo delegado Milton Burguese, que estava no 81º DP, Belém. Nelson foi para o 81º DP e Milton está agora no 30º DP. Apesar de fontes da reportagem informarem que a cúpula da polícia estava insatisfeita com a investigação conduzida por Nelson, a SSP alegou que a troca foi administrativa. Nesta quinta-feira (25) está prevista a reconstituição do acidente. A pedido do Ministério Público, ela será feita por peritos do Instituto de Criminalística (PC) na avenida onde ocorreu a batida no Tatuapé. Será usado um o scanner 3D a laser, terrestre. Além disso, drones vão fazer fotos aéreas e, depois, será feita uma animação para mostrar em detalhes como foi a batida. Fiança de R$ 500 mil Vídeo mostra momento da batida de Porsche em carro de motorista de aplicativo A Polícia Civil já pediu duas vezes a prisão de Fernando à Justiça, que negou todos. Apesar disso, determinou que ele pagasse uma fiança de R$ 500 mil (para garantir futuros pagamentos de pedidos de indenizações à família de Ornaldo e a Marcus), além de suspender a carteira de motorista dele e obrigá-lo a entregar o passaporte na Polícia Federal (PF). O Porsche dirigido pelo empresário custa mais de R$ 1,3 milhão. "Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim", escreveu em seu Instagram, Luam Silva, filho do motorista por aplicativo Ornaldo, morto no acidente. LEIA MAIS: Câmeras corporais mostram que PMs erraram ao liberar motorista do Porsche sem fazer teste do bafômetro, diz secretaria Delegado é afastado de caso do Porsche após críticas e depois de cobrar que PM entregue imagens de câmeras corporais do acidente Porsche de batida que deixou um morto e um ferido chegou a 156 km/h instantes antes de acidente, diz laudo Vídeo mostra batida de Porsche em Sandero em SP; motorista de aplicativo morreu e condutor do carro de luxo fugiu Motorista de Porsche de mais de R$ 1 milhão bate em Renault, mata condutor e foge após acidente em avenida de SP

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/04/24/mp-pede-quebra-do-sigilo-bancario-de-motorista-do-porsche-para-saber-se-ele-comprou-bebidas-antes-de-acidente-com-morte.ghtml


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